Abacaxi de Pombos passa a ser vendido com QR Code de identificação
Por Samuel Santos - 03/04/2024
Que o abacaxi produzido na cidade de Pombos, na Zona da Mata de Pernambuco, é o mais doce do mundo, disso ninguém tem dúvida. Mas agora o que já faz parte do senso comum, ganhou certificação. A fruta, que movimenta a economia da cidade, agora está saindo das fazendas e sítios para o mercado consumidor etiquetada e com um QR Code, que reúne todas as informações sobre o produto, inclusive o local de origem. O projeto de rastreabilidade do abacaxi é uma parceria do Sebrae/PE com a Prefeitura de Pombos e pretende garantir aos consumidores um produto de qualidade e segurança, e aos produtores, a valorização da fruta no mercado.
Por meio do sistema de georreferenciamento, é feito o rastreio do local em que o abacaxi foi produzido e gerado um QR Code, que é incorporado à etiqueta do produto. Na prática, o consumidor poderá apontar a câmera do celular para o código e ter acesso a localidade onde a fruta foi cultivada, antes de levá-la para casa. “Pombos é uma cidade que tem a fama de ter um abacaxi doce, mas existe uma distância entre ter a fama e provar. Com essa tecnologia a gente garante essa vantagem ao consumidor, ao atestar que a fruta que ele está levando vem de uma propriedade rural do município. Já para o empreendedor, a grande vantagem da rastreabilidade é permitir que ele agregue valor ao seu produto, vendendo-o por um preço diferenciado”, explica Kátia Georgina, analista do Sebrae/PE.
Ao todo, 13 produtores de abacaxi estão sendo beneficiados com a iniciativa. Cada empreendedor recebeu o QR Code correspondente à localização da sua propriedade e com informações sobre o lote produzido, para que seja incorporada a etiqueta do produto e aos talões de romaneio, entregues aos donos de estabelecimentos comerciais. Além de atender exigências da legislação federal sobre produção de alimentos, com o abacaxi identificado e rotulado, os produtores rurais poderão fornecer a fruta para grandes redes de supermercado e hortifruti, por exemplo, e não apenas para feiras livres e grandes centros de distribuição.
O agricultor Aglailson Silva produz abacaxi no Sítio Lagoa Dantas, área rural de Pombos. A próxima safra deve ocorrer só em setembro deste ano e ele já está se preparando para as mudanças na distribuição. “As expectativas são bem positivas. Já temos o nosso QR Code e estamos preparando as etiquetas para a época da colheita. Uma rede de supermercado já entrou em contato conosco interessada em adquirir o nosso produto e agora vamos correr atrás de novos clientes. Outra coisa boa é que com a etiqueta o nosso abacaxi não será mais confundido com o produzido na Paraíba, como acontece muito no Ceasa”, relata o produtor.
Além de permitir a valorização do produto no mercado local, a rastreabilidade do abacaxi também pode abrir portas para que os agricultores forneçam para outros países. Para conquistar o mercado internacional, é preciso obter o selo Global G.A.P, um programa de certificação agrícola que visa a garantia da qualidade, segurança alimentar e práticas ambientais. “Esse será o próximo passo. A certificação é mais uma garantia, pois por meio dela é possível atestar que o produto atende aos critérios de adubação e irrigação exigidos por muitos países. É um atestado de que o abacaxi é produzido dentro dos mais altos padrões de qualidade”, destaca Kátia Georgina.